EcoYouth juntou jovens de 4 países em Moçambique para promover a Educação Ambiental
11 Nov, 2022
Um pouco sobre como foi nossa viagem à Moçambique, que aconteceu em junho pelo projeto EcoYouth.
Da AJN Portugal
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O projeto ambiental EcoYouth é coordenado pelo Concelho de Porriño (Espanha), em parceria com a IES Ribeira do Louro (Espanha), a Associação Portuguesa de Educação Ambiental – ASPEA (Portugal), a Universidade de Cabo Verde (Cabo Verde) e a Associação de Educação de Jovens e Adultos de Nampula- ASEJANA (Moçambique). O objetivo do projeto é cultivar a educação ambiental entre jovens, aumentando o seu conhecimento e capacidade face aos desafios levantados pela emergência climática ambiental.
Ao longo do projeto, foram realizadas algumas viagens de jovens, sendo que a última levou os participantes para Moçambique. Ao todo, foram 20 jovens de Portugal, Galiza, Moçambique e Cabo Verde, que visitaram a região de Nampula, de catorze a vinte e três de junho de 2022.
Para além de conhecerem projetos e iniciativas locais relacionadas com os temas do EcoYouth, os jovens tiveram a oportunidade de aprender mais sobre a área da comunicação, reportando a viagem, através da escrita de artigos de notícias, entrevistas, fotografias e testemunhos.
Reunião de Partilha de Experiências Um dos entrevistados foi Eliseu Chiandela (Direção Nacional de Ambiente de Moçambique), que salientou a importância de projetos como este na educação ambiental, por transmitir aos mais novos princípios e práticas que visam a conservação ambiental e salientou o papel dos jovens como alicerces dos países nestas iniciativas, defendendo a importância do empreendedorismo ambiental.
Um pequeno grupo de jovens deslocou-se até Muecate, de modo a capacitar os agricultores daquela zona na utilização de práticas de permacultura, para que fosse possível proceder a uma produção agrícola mais eficiente e sustentável nas aldeias vizinhas de Nampula. O programa de viagem iniciou com as boas-vindas do Senhor Governador de Nampula aos jovens dos três países visitantes. O Governador alertou para alguns dos problemas ambientais da região e apelou que se tentem encontrar soluções e apoiar iniciativas de modo a tentar resolvê-los.
Após este caloroso acolhimento, o grupo visitou o Instituto Industrial e Comercial de Nampula, uma escola profissional que forma estudantes moçambicanos nas áreas da mecânica e eletricidade industrial, contabilidade, gestão, construção civil e energias renováveis. Depois de uma visita guiada aos departamentos da escola, seguiu-se uma reunião onde os jovens puderam tirar dúvidas sobre o funcionamento da escola e perceber que as questões ambientais são um dos focos da Instituição.
Grupo Visitando a Fortaleza da llha de Moçambique Os Montes Nairucu foram o cenário ideal para o almoço do grupo, que contou com comida tradicional e muita animação. No dia dezessete de junho, os jovens do projeto Ecoyouth deslocaram-se até ao distrito de Monapo, onde foram recebidos pelo Senhor administrador do distrito, que deu as boas-vindas ao grupo e agradeceu o interesse na região.
Aqui, a comitiva Ecoyouth visitou o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique, de modo a conhecer o seu papel na formação dos produtores locais e na investigação, principalmente relacionada com a produção de fruta, e de que forma procuram utilizar métodos sustentáveis de produção. Na senda destes objetivos, os jovens dos quatro países foram até ao Centro de Caju de Itoculo, onde foram recebidos com danças tradicionais pelos trabalhadores. Neste centro, o foco está na árvore do cajueiro e em tirar o maior proveito de todas as suas potencialidades, não apenas o já conhecido e globalizado fruto seco, mas também a produção de sumos e bebidas alcoólicas de caju, e produtos de substituição de carne que podem ser feitos com este fruto. A lógica que gere este centro aproxima-se muito de uma lógica de economia circular, daí que foi muito interessante e inspirador visitá-lo.
No quarto dia de viagem, os jovens do projeto Ecoyouth visitaram o Instituto Politécnico Familiar de agricultura de Netia. Esta escola foi um ponto alto para os jovens do projeto, pelas suas diferentes dimensões e pela sua preocupação com as questões ambientais. Para além de uma visita pelas salas de aula, foi possível conhecer os espaços de ensino prático da escola, como a estufa e o centro de compostagem. O que torna esta escola tão especial é o seu envolvimento com a comunidade local, no sentido em que são realizadas formações sobre práticas agrícolas sustentáveis e todos os agricultores podem utilizar o composto criado no Instituto. Os jovens concluíram que este tipo de projetos e iniciativas colaborativas que envolvem a população local são essenciais para uma educação ambiental completa e eficaz.
No domingo, dia dezenove, o grupo Ecoyouth acordou na Ilha de Moçambique. Este lugar icônico da história do país junta uma cultura rica com uma beleza natural incrível. Um dos lugares obrigatórios é o Museu da Ilha, que já serviu como residência do Governador, e onde estão preservadas obras e artefactos centenários nas suas três salas: sala do Museu da Marinha, Museu de arte sacra e Museu das artes decorativas.
Obrigatório é também passar pela Fortaleza, a maior de África e terceira maior do mundo, onde podemos contemplar as belas paisagens da ilha e as cores do oceano Índico.
O dia terminou com um passeio de barco organizado por pescadores locais por algumas das ilhas desertas que rodeiam a principal, como a Ilha de Sete Paus e a Ilha de Goa. A partir dos pequenos barcos tradicionais observou-se o momento do pôr-do-sol, que solidificou a ideia entre todos os participantes de que Moçambique é um país de riqueza não só cultural e histórica, mas também paisagística.
O grupo Ecoyouth disse assim adeus à pequena Ilha e rumou de volta a Nampula para regressar aos trabalhos.
No sexto dia de viagem, o grupo de jovens escalou a Serra da Mesa, um monte situado no meio de Nampula que permite assistir a um panorama total da cidade. Na parte da tarde, o grupo procedeu a uma apresentação dos vídeos desenvolvidos em cada país previamente ao encontro em Moçambique. Estes vídeos têm como objetivo sensibilizar a população para as problemáticas abordadas no projeto, ou seja, as questões relacionadas com a água, resíduos, qualidade do ar e energia. Para além disto, os jovens mostraram aos colegas as atividades que já desenvolveram nas suas comunidades, como os seminários realizados em cada país, limpezas de praia organizadas pelos alunos de Cabo Verde, a criação de uma horta numa escola na Galiza, uma campanha de comunicação sobre a qualidade do ar em Portugal, entre tantas outras iniciativas.
Culturas e Tradições da Ilha Moçambique O último dia serviu como momento de reflexão e avaliação, com um sentimento geral de que muitos projetos e parcerias futuras podem surgir entre os participantes, de modo a continuar o trabalho que se iniciou nestas visitas.
Acesse aqui a galeria os testemunhos dos jovens que fizeram essa viagem.
Da AJN Portugal
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O projeto ambiental EcoYouth é coordenado pelo Concelho de Porriño (Espanha), em parceria com a IES Ribeira do Louro (Espanha), a Associação Portuguesa de Educação Ambiental – ASPEA (Portugal), a Universidade de Cabo Verde (Cabo Verde) e a Associação de Educação de Jovens e Adultos de Nampula- ASEJANA (Moçambique). O objetivo do projeto é cultivar a educação ambiental entre jovens, aumentando o seu conhecimento e capacidade face aos desafios levantados pela emergência climática ambiental.
Ao longo do projeto, foram realizadas algumas viagens de jovens, sendo que a última levou os participantes para Moçambique. Ao todo, foram 20 jovens de Portugal, Galiza, Moçambique e Cabo Verde, que visitaram a região de Nampula, de catorze a vinte e três de junho de 2022.
Para além de conhecerem projetos e iniciativas locais relacionadas com os temas do EcoYouth, os jovens tiveram a oportunidade de aprender mais sobre a área da comunicação, reportando a viagem, através da escrita de artigos de notícias, entrevistas, fotografias e testemunhos.
Reunião de Partilha de Experiências Um dos entrevistados foi Eliseu Chiandela (Direção Nacional de Ambiente de Moçambique), que salientou a importância de projetos como este na educação ambiental, por transmitir aos mais novos princípios e práticas que visam a conservação ambiental e salientou o papel dos jovens como alicerces dos países nestas iniciativas, defendendo a importância do empreendedorismo ambiental.
Um pequeno grupo de jovens deslocou-se até Muecate, de modo a capacitar os agricultores daquela zona na utilização de práticas de permacultura, para que fosse possível proceder a uma produção agrícola mais eficiente e sustentável nas aldeias vizinhas de Nampula. O programa de viagem iniciou com as boas-vindas do Senhor Governador de Nampula aos jovens dos três países visitantes. O Governador alertou para alguns dos problemas ambientais da região e apelou que se tentem encontrar soluções e apoiar iniciativas de modo a tentar resolvê-los.
Após este caloroso acolhimento, o grupo visitou o Instituto Industrial e Comercial de Nampula, uma escola profissional que forma estudantes moçambicanos nas áreas da mecânica e eletricidade industrial, contabilidade, gestão, construção civil e energias renováveis. Depois de uma visita guiada aos departamentos da escola, seguiu-se uma reunião onde os jovens puderam tirar dúvidas sobre o funcionamento da escola e perceber que as questões ambientais são um dos focos da Instituição.
Grupo Visitando a Fortaleza da llha de Moçambique Os Montes Nairucu foram o cenário ideal para o almoço do grupo, que contou com comida tradicional e muita animação. No dia dezessete de junho, os jovens do projeto Ecoyouth deslocaram-se até ao distrito de Monapo, onde foram recebidos pelo Senhor administrador do distrito, que deu as boas-vindas ao grupo e agradeceu o interesse na região.
Aqui, a comitiva Ecoyouth visitou o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique, de modo a conhecer o seu papel na formação dos produtores locais e na investigação, principalmente relacionada com a produção de fruta, e de que forma procuram utilizar métodos sustentáveis de produção. Na senda destes objetivos, os jovens dos quatro países foram até ao Centro de Caju de Itoculo, onde foram recebidos com danças tradicionais pelos trabalhadores. Neste centro, o foco está na árvore do cajueiro e em tirar o maior proveito de todas as suas potencialidades, não apenas o já conhecido e globalizado fruto seco, mas também a produção de sumos e bebidas alcoólicas de caju, e produtos de substituição de carne que podem ser feitos com este fruto. A lógica que gere este centro aproxima-se muito de uma lógica de economia circular, daí que foi muito interessante e inspirador visitá-lo.
No quarto dia de viagem, os jovens do projeto Ecoyouth visitaram o Instituto Politécnico Familiar de agricultura de Netia. Esta escola foi um ponto alto para os jovens do projeto, pelas suas diferentes dimensões e pela sua preocupação com as questões ambientais. Para além de uma visita pelas salas de aula, foi possível conhecer os espaços de ensino prático da escola, como a estufa e o centro de compostagem. O que torna esta escola tão especial é o seu envolvimento com a comunidade local, no sentido em que são realizadas formações sobre práticas agrícolas sustentáveis e todos os agricultores podem utilizar o composto criado no Instituto. Os jovens concluíram que este tipo de projetos e iniciativas colaborativas que envolvem a população local são essenciais para uma educação ambiental completa e eficaz.
No domingo, dia dezenove, o grupo Ecoyouth acordou na Ilha de Moçambique. Este lugar icônico da história do país junta uma cultura rica com uma beleza natural incrível. Um dos lugares obrigatórios é o Museu da Ilha, que já serviu como residência do Governador, e onde estão preservadas obras e artefactos centenários nas suas três salas: sala do Museu da Marinha, Museu de arte sacra e Museu das artes decorativas.
Obrigatório é também passar pela Fortaleza, a maior de África e terceira maior do mundo, onde podemos contemplar as belas paisagens da ilha e as cores do oceano Índico.
O dia terminou com um passeio de barco organizado por pescadores locais por algumas das ilhas desertas que rodeiam a principal, como a Ilha de Sete Paus e a Ilha de Goa. A partir dos pequenos barcos tradicionais observou-se o momento do pôr-do-sol, que solidificou a ideia entre todos os participantes de que Moçambique é um país de riqueza não só cultural e histórica, mas também paisagística.
O grupo Ecoyouth disse assim adeus à pequena Ilha e rumou de volta a Nampula para regressar aos trabalhos.
No sexto dia de viagem, o grupo de jovens escalou a Serra da Mesa, um monte situado no meio de Nampula que permite assistir a um panorama total da cidade. Na parte da tarde, o grupo procedeu a uma apresentação dos vídeos desenvolvidos em cada país previamente ao encontro em Moçambique. Estes vídeos têm como objetivo sensibilizar a população para as problemáticas abordadas no projeto, ou seja, as questões relacionadas com a água, resíduos, qualidade do ar e energia. Para além disto, os jovens mostraram aos colegas as atividades que já desenvolveram nas suas comunidades, como os seminários realizados em cada país, limpezas de praia organizadas pelos alunos de Cabo Verde, a criação de uma horta numa escola na Galiza, uma campanha de comunicação sobre a qualidade do ar em Portugal, entre tantas outras iniciativas.
Culturas e Tradições da Ilha Moçambique O último dia serviu como momento de reflexão e avaliação, com um sentimento geral de que muitos projetos e parcerias futuras podem surgir entre os participantes, de modo a continuar o trabalho que se iniciou nestas visitas.
Acesse aqui a galeria os testemunhos dos jovens que fizeram essa viagem.